A menopausa é o nome
dado à última menstruação, que geralmente acontece entre 45 e 55 anos,
marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher. Isso significa que ela
esgotou seu estoque de óvulos, que foram liberados desde a puberdade, mês a
mês, ao longo de 30, 35 anos. O período que se segue após a cessação da
menstruação é chamado de climatério. Segundo o médico cancerologista
Drauzio Varella, pelo menos 18 milhões de brasileiras estão atualmente no
climatério.
A palavra climatério significa “fase crítica” e dá nome a um período realmente
conturbado da vida feminina, que começa por volta dos 40 anos e se estende até
a pós-menopausa. Sua principal característica são as transformações físicas e
emocionais decorrentes do desequilíbrio na produção dos hormônios femininos
pelos ovários.
Os sintomas que marcam a entrada no climatério são semelhantes aos de uma TPM,
só que acentuada e prolongada. Na TPM, a sensação de inchaço no corpo e mamas,
as dores fortes de cabeça ou enxaquecas, as alterações de humor (nervosismo,
irritação, tristeza profunda e mesmo depressão) podem manifestar-se ao longo de
até quinze dias antes da menstruação. Do meio para o fim do climatério são
comuns, ainda, a irregularidade nos ciclos e a variação do fluxo menstrual.
A ginecologista da Clínica FemCare, Prof. Flávia Fairbanks, explica que
nesta fase da vida, a mulher pode apresentar diversos sintomas, isolados ou em
conjunto. Os mais comuns são fogachos (ondas de calor), insônia, palpitações,
diminuição da libido e da capacidade de concentração, secura vaginal que causa
dor ou desconforto nas relações sexuais e mal-estar geral. E atenção: até 80%
das mulheres vão sofrer com os fogachos.
A maior consequência da menopausa é a perda da capacidade de produzir um
hormônio feminino muito importante: o estrogênio. “Esse fato é responsável
pelos sintomas desagradáveis deste período e, a longo prazo, pode também
comprometer a saúde cardiovascular, aumentando os riscos”, acrescenta a Dra.
Flávia.
Alertas
Algumas mulheres chegam à menopausa precocemente, antes dos 40 anos. E isso
acontece por inúmeras causas, sendo as mais comuns a herança genética, a
exposição ambiental a agressores (por exemplo, radiação quimioterapia), entre
outras. “Há necessidade de acompanhamento ginecológico e, na maioria das vezes,
quando não há contraindicação absoluta, indica-se a reposição hormonal”,
explica a Dra. Flávia.
Mas e se a mulher passou dos 55 e ainda não chegou à menopausa? O que fazer?
Para a Dra. Flávia, esses casos são mais comuns em famílias nas quais há casos
parecidos de menopausa tardia. “Essas mulheres podem ter risco
aumentado para algumas doenças estrogênio-dependentes, como lesões mamárias,
ovarianas e uterinas”, avisa.
Durante a menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão
arterial, diabetes e dislipidemias (aumento de lípides sanguíneos), além da
ocorrência de osteoporose e de alguns tipos de câncer, tais como câncer
de mamas, ovários e endométrio.
Em relação a gravidez, as mulheres devem estar informadas de que após a
instalação definitiva do climatério, ou seja, 12 meses após a menopausa, não há
mais chances de gestação natural com óvulos da própria mulher. No entanto, caso
receba óvulos doados, ela poderá gestar. Para isso, é importante estar com boa
saúde.
Convivendo
com o Climatério
Mas não é fácil lidar com essas mudanças, por isso é fundamental contar com o
apoio dos familiares. “Eles devem entender que este é um período de transição e
de profundas oscilações hormonais, logo, requer cuidados especiais e paciência”,
enfatiza Dra. Flávia.
Para tirar de letra essa fase, a médica aconselha manter um estilo de vida
saudável, que poderá ser obtido mais facilmente por meio de assistência
multiprofissional: médica, nutricional e psicológica.
Ela lembra que as mulheres precisam sempre buscar informações sobre as mudanças
que ocorrem em seu corpo. “Não há nada mais importante do que entender o que
está acontecendo consigo mesma, principalmente em momentos de mudanças
profundas, como ocorre neste período. Isso auxilia na melhor aceitação dos
processos, na adesão aos tratamentos propostos e, a longo prazo, na manutenção
da qualidade de vida”, finaliza a Dra. Flávia.
Fontes:
– “Menopausa sem segredo”, programa do Dr. Drauzio Varella apresentado no
Fantástico – g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/09/menopausa-sem-segredo-drauzio-varella-esclarece-fase-em-nova-serie.html